São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Organismo pede projeto contra gás

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor da Unctad's Greenhouse Gas Emissions Trading Project (organismo da ONU), Frank Joshua, defendeu o apoio de países a um projeto que estabeleça programas para reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa (aquecimento da Terra).
Joshua comanda um organismo que tenta estabelecer as bases para um mecanismo que, reunindo pelo menos dez países, estabeleceria programas-pilotos que se mostrassem viáveis financeiramente.
Ele debateu ontem a questão em encontro da Rio+5, que teve a participação do físico da USP José Goldenberg (ex-secretário do Meio Ambiente do governo de Fernando Collor de Mello).
Joshua disse que alguns países já se mostraram interessados em participar desse fórum comercial. Dentre eles, ele citou os EUA, Canadá, Alemanha, Grã-Bretanha, Japão, Holanda e Noruega.
Ele afirmou que, até o ano 2000, os primeiros programas-pilotos poderiam estar funcionando. Segundo Joshua, recursos públicos e privados seriam utilizados em programas de conversão da matriz energética dos países, visando à redução da emissão de gases como o gás carbônico.
Para Goldenberg, o incentivo a um programa de criação de tecnologias alternativas depende, antes de tudo, do estabelecimento de um acordo legal em que os países signatários se comprometeriam a reduzir suas emissões de gases.
Goldenberg afirmou que, felizmente, os governos de países como os EUA vêm se mostrando favoráveis a assinar uma proposta que limite a emissão dos gases em reunião oficial que tratará do assunto em dezembro, no Japão.
Apesar das divergências entre os países, Goldenberg disse esperar que, no Japão, os países industrializados concordem em estabelecer a meta de reduzir, até 2005, as suas emissões de gás carbônico aos níveis de 1990.
"Isso significaria na prática uma redução de 10%", disse.
Segundo ele, algumas tecnologias alternativas -que exploram, por exemplo, a força dos ventos- já vêm sendo empregadas com sucesso para a redução da dependência dos combustíveis fósseis.
"Na Dinamarca, 10% da energia usada vem de moinhos de vento", disse. No caso do Brasil, ele defendeu o uso crescente da biomassa como fonte de energia.
O programa de produção de álcool para veículos automotores é um exemplo do uso da biomassa. O governo federal, porém, está desativando o programa.

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