São Paulo, terça-feira, 18 de março de 1997
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Mubarak pede renúncia de Netanyahu

Construção de colônia começa hoje

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, pediu que o premiê de Israel, Binyamin "Bibi" Netanyahu, renuncie, já que a coalizão que sustenta seu governo não respeita os acordos com os palestinos.
"Se eu estivesse no lugar de Netanyahu e se tivesse problemas com minha coalizão e uma oposição aos acordos firmados entre os palestinos e os governos precedentes e aprovados pelo Knesset (Parlamento), eu abandonaria meu cargo", disse Mubarak.
"A paz avançará com ou sem Netanyahu", disse o presidente egípcio.
A tensão que cerca as relações entre israelenses e a comunidade árabe vêm aumentando desde que Netanyahu anunciou a construção de novos assentamentos em Jerusalém oriental -que os palestinos querem como a capital de um eventual Estado.
Apesar de uma forte pressão internacional contrária às colônias, inclusive a aprovação de uma resolução de censura pela ONU, Israel confirmou o início das obras para amanhã.
Faiçal Husseini, um alto dirigente da Autoridade Nacional Palestina, armou com outros 15 palestinos um acampamento perto da colina de Har Homa, onde Israel vai erguer as casas.
"Se eles entrarem com as escavadeiras, nós vamos entrar", disse Husseini, responsável pelos assuntos relativos a Jerusalém.
O governo israelense anunciou ontem o aumento do seu contingente militar na Cisjordânia e na faixa de Gaza (territórios parcialmente controlados pelos palestinos), para prevenir manifestações contrárias aos assentamentos.
"Ordenei um deslocamento de tropas", disse o ministro da Defesa de Israel, Yitzhak Mordechai.
O país teme uma nova explosão de violência, como a de setembro passado, iniciada após Israel reabrir um túnel sob locais sagrados para os muçulmanos em Jerusalém. Mais de 70 pessoas morreram nos conflitos.
Cúpula
Um encontro entre o líder palestino Iasser Arafat e Netanyahu deve ocorrer nesta semana.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, David Levy, disse a uma rádio israelense que um encontro entre os dois líderes "é esperado".

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