São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Suruagy nega ser o culpado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apontado como responsável pela emissão irregular de títulos de Alagoas, o governador Divaldo Suruagy (PMDB) afirma que existe uma diferença entre "responsabilidade" e "culpabilidade".
Para se defender, chega a comparar o escândalo dos precatórios com o massacre de sem-terra de Eldorado do Carajás (PA).
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Folha - No depoimento à CPI, os sócios do Banco Maxi-Divisa negaram envolvimento com a falsificação da assinatura do ex-presidente Fernando Collor na portaria do Estado que lista os precatórios. Como surgiu a portaria?
Divaldo Suruagy - O secretário da Fazenda afirma que encontrou esse documento na secretaria. Como ela não foi publicada no "Diário Oficial", eu não reconheci a validade dessa portaria.
Folha - O sr. não reconheceu, mas a operação foi realizada.
Suruagy - Sim, aí é que vem aquela tese. Você é analista do BC e encontra uma portaria apresentada pelo Estado que quebra uma sequência numérica. Aí verifica que ela foi assinada por um governador que chegou à Presidência e sofreu um processo de impeachment e que não foi publicada no "Diário Oficial". Você não impugnaria?
Folha - Então a responsabilidade é toda do Banco Central? Qual sua responsabilidade?
Suruagy - Existe uma diferença entre responsabilidade e culpabilidade. No caso do governador do Pará, Almir Gabriel, ele foi o responsável pela ordem de desalojar os sem-terra da estrada.
Mas o comandante do batalhão é que mandou atirar. Então, o culpado não é o Almir Gabriel.
Folha - No caso dos precatórios, quem faz o papel de comandante do batalhão?
Suruagy - O secretário da Fazenda.

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