São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Eid responsabiliza a equipe de Pitta por desgaste de Maluf

CARLOS EDUARDO ALVES; EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise dos precatórios rompeu a histórica unidade, em termos públicos, do malufismo. O empresário Calim Eid, tesoureiro de muitas campanhas do grupo, responsabiliza a falta de cuidado na montagem da assessoria de Celso Pitta pelo desastre político gerado pelo episódio.
"A assessoria tem que ser melhor escolhida. Não dá para formar assessoria com puxa-saco", afirmou Eid ao analisar a situação do prefeito. A crítica de Eid é endereçada a Edevaldo Alves da Silva, secretário municipal de Governo e rival do empresário.
Silva é hoje o homem escalado por Paulo Maluf para monitorar Pitta, incluindo-se aí a articulação política no caso dos precatórios. O secretário está hospitalizado e não pôde ser ouvido ontem pela Folha.
Eid condena a estratégia adotada por Silva para enfrentar a crise. O secretário acha que o foco principal da resistência deve se dar com a utilização da folgada maioria que o prefeito tem na Câmara Municipal de São Paulo.
"É preciso agir politicamente no macro, não no micro", afirmou Eid. Apesar de afastado do núcleo central de poder na prefeitura, ele tem conversado diariamente com Paulo Maluf.
"Estava falando com o Paulo por telefone quando estourou o caso do aluguel do carro e disse na hora, sem saber de detalhes, que só podia ser coisa do Pedro Neiva", declarou Eid. "O Neiva trabalhou no Banco Vetor e é amigo do pessoal de lá", acrescentou.
Eid é contra o retorno imediato de Maluf ao país. Acha que isso caracterizaria que o ex-prefeito teria responsabilidade no caso, o que a seu ver não é correto. "Não vejo nada que possa implicar o Pitta e o Paulo", disse.
Erros
Sob reserva de identificação, outros malufistas históricos repetem a crítica de Eid à condução da defesa de Pitta.
Entre os deslizes apontados, está o fato de Pitta ter admitido, ao assinar nota para explicar o pagamento por parte do Banco Vetor do aluguel de uma carro para Nicéa Pitta, que tinha conhecimento da operação, além de reconhecer que aceitara "cortesia" de uma empresa.

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