São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997 |
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Secretário de governo de SP é operado
MARCOS PIVETTA da Reportagem Local O secretário de governo da prefeitura de São Paulo, Edevaldo Alves da Silva, 65, foi operado anteontem à noite no Hospital Albert Einstein (zona sul da cidade).A cirurgia eliminou um hematoma, possivelmente um coágulo, localizado embaixo da dura-máter, uma das membranas que revestem o cérebro. Segundo a mulher do secretário, Labib Alves da Silva, a cirurgia durou cerca de duas horas, entre 21h e 23h. Após a operação, Alves da Silva passou pela UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital e, na manhã de ontem, foi transferido para a Unidade de Terapia Semi-intensiva. Alves da Silva passa bem, está consciente e sem problemas de mobilidade. "Sábado ele já deve ter alta", disse a mulher do secretário. O hematoma -ocasionado por uma queda no banheiro de casa há 20 dias, que provocou uma hemorragia interna e um galo no lado esquerdo da testa do secretário- estava comprimindo seu cérebro, uma situação que, se não for revertida, natural ou cirurgicamente, leva paulatinamente à morte. Segundo um neurocirurgião da USP (Universidade de São Paulo), em um idoso como o secretário qualquer tombo "bobo" pode ocasionar esse tipo de lesão. Segundo a mulher do secretário, antes da cirurgia Alves da Silva não sentia dores e não apresentava nenhuma dificuldade motora, dois sintomas comuns em quem sofre esse tipo de hematoma. A cirurgia só foi decidida anteontem às 16h, após Edevaldo ser examinado pelo neurocirurgião Jorge Roberto Pagura, do Einstein, cuja equipe operou o secretário. "A operação não estava marcada com antecedência", disse a mulher do secretário. "Vimos que o galo não sumia e o doutor Pagura o examinou e optou pela cirurgia." A operação, segundo dois neurocirurgiões ouvidos pela Folha, não é complicada nem difícil. "É a mais simples das neurocirurgias e a primeira que ensinamos aos alunos", disse o professor Fernando Antônio Patriani Ferraz, da Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina). No máximo, 10% do casos requerem um nova operação para eliminar de vez o hematoma. Com brocas especiais, o cirurgião abre orifícios na área afetada e fura ossos do crânio (no caso do secretário os ossos frontal e parietal) até atingir a membrana dura-máter. Com o bisturi, faz cortes na membrana, que permitem a expulsão natural do sangue na área afetada. Texto Anterior: Prolongamento da marginal vai custar R$ 30 mi Próximo Texto: Promotor quer bloquear bens de secretário Índice |
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