São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Delegado escapa de tentatica de sequestro

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado-titular da Deas (Delegacia Anti-Sequestro de São Paulo) foi baleado anteontem por um assaltante que tentou sequestrá-lo a fim de obrigá-lo a fazer saques em caixas eletrônicos.
Maurício Guimarães Soares, 30, levou dois tiros -um no peito e outro no braço. Ele reagiu e conseguiu balear o ladrão. Carlos José da Silva, 22, e outros três acusados de participar do crime foram presos.
O delegado estava com o administrador de empresas Cláudio Buso, 31, parado, às 21h30, em um Tempra na rua Caraíbas, na Pompéia (zona oeste).
Soares fazia uma ligação com o telefone celular quando um homem se aproximou do carro. Segundo Buso, o assaltante chegou e, sem dizer nada, disparou duas vezes. O delegado sacou uma pistola calibre 9 mm e, de acordo com seu amigo, revidou.
Baleado, o ladrão atravessou a rua e fugiu com um colega que lhe estava dando cobertura. Buso levou o delegado ao Hospital São Camilo. O delegado, que foi atingido no braço e no peito, foi operado e, embora não corresse mais risco de vida, permanecia internado na UTI até as 21h de ontem.
Investigação
A Polícia Civil passou a vasculhar hospitais para tentar encontrar o assaltante baleado. No Hospital Iguatemi (zona sul), acharam Carlos José da Silva.
Ele estava acompanhado por Laércio Pereira da Costa, 24, que dizia que o amigo havia sido vítima de um roubo. O administrador foi ao hospital e reconheceu Silva como o homem que baleou Soares.
Ao ser questionado após o reconhecimento, Costa teria admitido a participação no roubo. Disse que estava dirigindo o Tipo usado pelo grupo. Silva, Costa e Ciro Ricardo do Amaral Correa, 24, teriam se encontrado às 19h30 para "roubar" alguém, obrigando-o a retirar dinheiro em caixas eletrônicos.
Costa disse que Silva abordou o delegado e que Correa deu cobertura. Após o tiroteio, os dois teriam saído correndo na direção oposta àquela onde o Tipo os estava esperando. O acusado disse que conseguiu achar os colegas. Ele ficou com Silva no hospital, e Correa teria ido tentar conseguir um cheque para pagar a internação.
Ao ser preso, Costa levou a polícia à casa daquela que seria a líder da quadrilha: a mãe-de-santo Maria Lúcia Pereira Dias, 34. Ela negou participar do grupo. Disse ser apenas a "orientadora espiritual" dos outros acusados.
Na casa, segundo a polícia, foram apreendidos um revólver calibre 38 e uma pistola calibre 380. Ela foi presa em companhia de Correa, que também se disse inocente. Foi Maria Lúcia quem arrumou um cheque de R$ 6.000 para garantir a internação de Silva.

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