São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997 |
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Crédito rural ganha R$ 3 bi com a CPMF
SHIRLEY EMERICK
A estimativa feita no início do ano era de apenas R$ 1 bilhão de recursos adicionais. Com o início da cobrança da CPMF, os bancos tiveram maiores aplicações em depósitos à vista. Esses recursos estavam antes nos fundos de curto prazo, que perderam remuneração com a CPMF. O Banco Central exige que 25% do saldo dos depósitos à vista (contas correntes) sejam aplicados na agricultura. O diretor de Crédito Rural do Banco do Brasil, Ricardo Conceição, disse ontem que, somente na instituição, o acréscimo até abril será de R$ 610 milhões. O BB responde por 20% a 25% do total dos depósitos à vista. Isso significa que os outros bancos deverão ter disponíveis para aplicar na agricultura cerca de R$ 2,3 bilhões. Ricardo Conceição afirmou que o banco está atendendo a toda a demanda de financiamento dos produtores. "Temos ainda disponibilidades e estamos emprestando para os segmentos que nunca tiveram recursos do crédito rural", disse. Ele afirmou também que o banco está aproveitando essa fonte de recursos, que não exige subsídio do governo, para financiar a agricultura, economizando as outras linhas de crédito. Rigidez Esses recursos adicionais não têm rigidez de aplicação no setor, como a linha de financiamento anunciada no início da safra. Pela regra do crédito rural, os bancos têm que emprestar 50% do recursos originários de depósitos à vista para os pequenos produtores (financiamento até R$ 30 mil) e os outros 50% são para os financiamentos até R$ 150 mil. Esses empréstimos também são restritos às culturas de milho, arroz, feijão, trigo e mandioca. O dinheiro extra pós-CPMF é direcionado ao setor agrícola, mas sem especificação de cultura e perfil do produtor. Os financiamentos podem ser tanto para pré-custeio como para custeio ou comercialização. Isso significa que os produtores de qualquer cultura poderão ter acesso ao crédito rural. A taxa de juros dos recursos dos empréstimos é de 12% ao ano. Essa medida beneficia principalmente a agricultura da região Nordeste. É que esses produtores começam a plantar no início do ano. O BB se comprometeu com o Ministério da Agricultura a atender uma parcela significativa do Nordeste. Texto Anterior: Alan Greenspan admite alta dos juros Próximo Texto: Porta-voz nega falências do BB e da CEF Índice |
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