São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Porta-voz nega falências do BB e da CEF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O porta-voz da presidência da República, Sergio Amaral, disse ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso foi mal interpretado pela imprensa nas suas declarações sobre a situação financeira do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
"Os dois foram à falência, só não vão à falência porque são do governo", afirmou o presidente na quarta-feira, durante solenidade realizada no Palácio do Planalto.
Segundo Sergio Amaral, "o que o presidente disse foi que, no momento em que assumiu (em janeiro de 95), os dois bancos estavam praticamente quebrados e, se não fosse a ação do governo, agora, depois de dois anos, os bancos não estariam praticamente saneados".
Amaral afirmou ainda que o esforço do governo fez com que o Banco do Brasil apresentasse "lucro pela primeira vez".
O porta-voz se referia ao lucro registrado no segundo semestre do ano passado, que foi de R$ 255 milhões.
Prejuízo
Durante o ano passado, porém, a instituição registrou prejuízo de R$ 7,78 bilhões, devido ao resultado ruim do primeiro semestre. Ontem, a Caixa Econômica Federal anunciou que obteve lucro de R$ 275 milhões em 96.
Sergio Amaral disse que o Banco do Brasil "demonstrou preocupação com as notícias de que estaria falido", o que teria provocado problemas em diversas cidades do interior do país, com correntistas preocupados com seus recursos financeiros aplicados na instituição.
Durante a solenidade de quarta-feira, FHC disse também que seu governo "teve que botar dinheiro lá, teve que reorganizar, colocar em pé essas instituições".
CEF lucra
O lucro da Caixa Econômica Federal no ano passado foi de R$ 275 milhões, conforme balanço divulgado ontem pela diretoria da instituição.
O presidente da instituição, Sérgio Cutolo, disse que o retorno de empréstimos foi o principal motivo do bom resultado. Houve o retorno de R$ 10,3 bilhões -sendo R$ 2 bilhões da área habitacional e R$ 3,9 bilhões da área comercial.
As despesas com pessoal e encargos sociais ficaram em R$ 3,1 bilhões -14% acima dos R$ 2,7 bilhões gastos em 1995.
Isso aconteceu mesmo depois de a Caixa Econômica Federal adotar um programa de demissão voluntária e não conceder reajuste salarial em 1996.
A Caixa Econômica Federal fechou 1996 com depósitos de R$ 53,17 bilhões -R$ 16,7 bilhões na caderneta de poupança e R$ 17,6 bilhões de depósitos judiciais. A cobrança de tarifas pela prestação de serviços rendeu R$ 1,8 bilhão no ano passado.

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