São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997 |
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Brahma muda com 'Garota de Ipanema'
MATINAS SUZUKI JR.
A estratégia geral de manter o conceito da cerveja número 1 permanece. A Brahma comprou os direitos da música número 1, isto é, da mais executada no mundo: "Garota de Ipanema", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Especulava-se no mercado publicitário e na imprensa que a canção a ser adotada pelas campanhas da Brahma seria "Águas de Março", de Tom Jobim. Mas a estratégia da Fischer, Justus, agência da Brahma, é a de internacionalizar a marca (a Brahma atua em mercados da América Latina) com "Garota de Ipanema", que, no desenvolvimento da campanha, receberá diversas versões, inclusive uma para o futebol. Nas campanhas para o automobilismo e para o circuito nacional de rodeios, que ela patrocinará, a referência à "Garota de Ipanema" aparecerá por meio do verso "que coisa mais linda". A frase "a número 1" passará, como já vem sendo usada, definitivamente para "a número hummmm....". Na conceituação de fundo, a Brahma continuará atuando firme e forte nos eventos esportivos. * Com o patrocínio do Rio Branco pelo Ponto Frio (R$ 300 mil/ano), a agência Fischer, Justus amplia a sua atuação no setor esportivo. Como já escrevi antes, até onde eu conheço o setor, ela foi a primeira das grandes agências a perceber com clareza o crescimento do segmento esportivo dentro da indústria de entretenimento. No início, a agência e o Ponto Frio chegaram até a cogitar o patrocínio de um time grande da capital. Mas acabou prevalecendo a idéia de reforçar a imagem da empresa varejista no interior do Estado e a de se associar a times que até agora não foram os grande vencedores. Para muita gente boa, a saída para o futebol brasileiro está sendo gestada nesse processo de patrocínio de times pelas grandes empresas. O mercado salvará o futebol. * Algumas pessoas me ligam para pedir a íntegra do artigo de George G. Daly comentado aqui na última terça-feira. Esclareço que usei apenas uma parte do artigo, a que discorre rapidamente sobre o conceito de ligas profissionais de esportes como negócio. Na verdade, o texto do professor, embora utilíssimo para esportes profissionais em geral, é sobre o beisebol e chama-se "Baseball Strikes Out". Um ponto que eu não comentei é que ele acha fundamental o equilíbrio entre os competidores dentro de uma liga, evitando que ela tenha sempre os mesmos ganhadores. A liga precisa ser composta de times que possam vencer todos os seus jogos, mas nenhum deles deve fazer isso por muito tempo. Doce ironia. Ah, o artigo está no arquivo Sternbusiness, na página da New York University, dentro do site do "The New York Times" (acesso via Universo Online). Texto Anterior: Estádios da Copa não são os melhores da Europa Próximo Texto: O pequeno príncipe Índice |
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