São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Encontros e oficinas são marca do evento

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DO ENVIADO ESPECIAL

Um dos diretores artísticos do Percpan, Naná Vasconcelos, diz que as diferenças entre o Percpan e os outros festivais de percussão são os encontros e oficinas com os músicos.
"Eu sou sempre convidado para esses festivais. E a gente chega, vai para o hotel, sobe no palco e vai embora sem conhecer ninguém, sem nenhuma troca com os outros músicos", compara Naná.
No Percpan, todos os músicos convidados estrangeiros -e alguns brasileiros- participam das oficinas e dos encontros com os músicos locais.
Naná Vasconcelos deu o exemplo e foi o primeiro a fazer sua oficina, na terça.
Ele mostrou como usar o próprio corpo e voz como instrumentos percussivos.
Na quarta foi a vez dos porto-riquenhos do Rhythm Explosion Caribean e dos balineses do Bharata Muni fazerem suas oficinas.
Os 13 músicos e as duas bailarinas do Bharata Muni fizeram sucesso em sua oficina ensinando um ritmo da ilha.
Eles explicaram que a música de Bali é diferente da do resto da Indonésia. E que, apesar de bastante tradicional, ela aceita modernizações ou inovações. Mostraram alguns instrumentos que haviam sido modificados na segunda metade do século.
A platéia ficou curiosa com os instrumentos, como o kajar (gongo chaleira), kendang (tambor de duas cabeças), kempur (gongo pequeno), tawa-tawa (gongo pequeno tocado na horizontal).
No final, a platéia pôde tocar os instrumentos do grupo. Com paciência, os balineses ensinavam a maneira de se bater nos instrumentos.
Terreiro
Na tarde de quarta, os balineses foram ao Ilê Axé Opo Afonjá, um dos principais terreiros de candomblé de Salvador.
"Nós trouxemos o Bharata Muni aqui porque eles têm a mesma dimensão. É um grupo de cunho religioso", disse Gilberto Gil.
Gil e o escritor Ildásio Tavares explicaram as origens e funcionamento da religião e a história do terreiro para os balineses.
"Aqui é uma típica comunidade africana, com acomodações coletivas", dizia o escritor, apontando para uma das casas.
(LAR)

Texto Anterior: Candomblé; Naná e U2; U2 e Naná; Bahia com H; Insônia; Cadência baiana; Rei do rock; Brasil Legal; Espelhinho
Próximo Texto: Nick Cave se rende às canções de amor
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.