São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 1997
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Legista atesta suicídio assistido pela primeira vez nos EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O suicídio assistido foi classificado pela primeira vez nos EUA como a causa mortis de um paciente, isto é, a causa da morte.
O Instituto Médico-Legal Wayne, em Detroit, usou a expressão no atestado de óbito de uma mulher de 59 anos, cujo corpo foi encontrado em um quarto de hotel.
O médico-legista responsável pelo atestado disse que a mulher, Helen Livengood, provavelmente teve a ajuda de Jack Kevorkian, conhecido como "doutor Morte" antes de morrer de "intoxicação provocada por múltiplas drogas".
Acredita-se que Kevorkian esteja ligado a dezenas de mortes na região de Detroit desde 1990.
Segundo o legista J. Scott Somerset, a decisão "rompe barreiras". Disse ainda que "após muita discussão, decidimos que o termo seria o mais apropriado nesse caso".
A decisão pode abrir precedentes. Nos atestados de óbito das pessoas que se acredita terem sido causados por Kevorkian constavam termos como suicídio e homicídio.
Embora o "doutor Morte" não tenha dito que ajudou a mulher a morrer, o legista afirma que o uso de injeção letal é consistente com métodos usados por ele.
O médico afirmou ainda que nenhuma droga foi encontrada no quarto de Livengood. Mas, segundo ele, há uma marca no braço, sinal de assistência médica. "Estamos familiarizados com o doutor Kevorkian", disse.
Geoffrey Fieger, advogado que representa a família Livengood e Kevorkian, disse que a mulher tinha artrite crônica, inflamação nas articulações.
Ela havia viajado de sua casa em Richmond até o hotel, localizado perto do aeroporto de Detroit, onde foi encontrada depois.
Kevorkian pode estar envolvido também na morte de um homem em Michigan. O caso está sendo investigado.

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