São Paulo, domingo, 30 de março de 1997
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Cidade fica a 18 dias de barco de Manaus

Para vencer os 1.282 km que separam Envira de Manaus são necessárias cerca de três horas e meia a bordo de um avião.
Outra opção é enfrentar 18 dias de barco na época da cheia ou até 28 dias na seca -tempo gasto para percorrer 3.496 km pelos rios da Amazônia. Não há acesso por terra. A proximidade com o Acre faz de Rio Branco uma espécie de capital informal da cidade. A Coca-Cola consumida em Envira é venezuelana.
Com o fim do ciclo da borracha, a cidade procura na agricultura de várzea uma nova fonte econômica, mas a dificuldade de acesso é um empecilho.
O grande problema é que a produção envirense não chega com preços competitivos a Manaus. Por meio de uma fundação que recebe recursos do governo do Estado, a prefeitura compra a produção dos agricultores.
O milho é comprado dos produtores por R$ 0,17 o quilo e vendido em Manaus por R$ 0,19. Como o transporte até lá custa R$ 0,03 por quilo, a prefeitura perde dinheiro.
Na cidade só há um médico, uma enfermeira e uma dentista. A falta de saneamento faz com que o esgoto que corre em valas pelas ruas seja despejado em um igarapé onde crianças nadam e bebem água.

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