São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tietê-Paraná diminui custos

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro barcaças são carregadas com 4.400 toneladas de soja em São Simão, porto goiano às margens do rio Paranaíba. Dois dias e 800 km depois, a carga chega a Pederneiras (SP) por um terço do custo do frete rodoviário.
Esse custo reduzido, proporcionado pelo transporte de grãos pela hidrovia Tietê-Paraná, viabilizou a produção de soja na região de Jataí e Rio Verde, no sul de Goiás.
Se tivesse que ser transportada apenas por estrada, desde os campos de plantação até o porto de Santos, a carga atravessaria 1.000 km por dez rodovias a um custo de US$ 35,00 por tonelada.
Com a hidrovia, a mesma tonelada percorre distância equivalente a um custo de US$ 10,00 a US$ 12,00, diz o diretor de Hidrovias e Desenvolvimento Regional da Cesp, Joaquim Carlos Teixeira Riva.
O preço é mais baixo, explica o executivo da estatal, porque um comboio de quatro barcaças, medindo 137 m de comprimento por 22 m de largura, transporta o mesmo que 340 caminhões.
Para levá-las rio acima, basta um rebocador que consome a mesma quantidade de combustível que apenas três caminhões.
Mas nem só grãos passam pelo caminho dos rios Tietê e Paraná. Das 5 milhões de toneladas transportadas por ano, 800 mil são de cana-de-açúcar.
A cana cortada é levada das plantações até as usinas da região, de onde sai transformada em álcool para a refinaria de Paulínia -também por hidrovia.
Obstáculo
A partir de dezembro, o volume de cargas da Tietê-Paraná deverá ser multiplicado com a transposição do último obstáculo existente para a navegação entre os rios.
A eclusa da barragem de Jupiá, no Paraná, permitirá que um barco saído, por exemplo, de Piracicaba (SP) navegue 1.300 km até a hidrelétrica de Itaipu. Lá, a carga sofrerá um transbordo para caminhões. Eles farão a transposição dos 120 m de diferença de altitude da barragem por uma estrada de 40 km na margem paraguaia.
(JRT)

Texto Anterior: Barcos vão cruzar o Madeira dirigidos só por computador
Próximo Texto: Sem-terra comem até cobra e raposa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.