São Paulo, terça-feira, 1 de abril de 1997
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Requião contesta as críticas à comissão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da CPI dos Precatórios, senador Roberto Requião (PMDB-PR), rebateu ontem críticas aos trabalhos da comissão feitas pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
"Restrição à minha maneira de proceder eu não aceito e não acredito que ele (Antonio Carlos Magalhães) esteja fazendo", afirmou.
Requião disse que não é um mero funcionário do Senado e que por isso tem as mesmas prerrogativas que ACM. "Devo satisfação só ao meu eleitorado", disse.
Para ele, a forma como as investigações estão sendo conduzidas não compromete o resultado da CPI nem abre brecha para que os advogados dos envolvidos façam questionamentos futuros.
"A CPI não julga ninguém. Ela só se reporta ao próprio Senado, que procurará corrigir as brechas legais que permitiram a patifaria, e à opinião pública, que deve saber a cada momento tudo o que está acontecendo."
Requião disse ainda que o trabalho da CPI é produzir um relatório, que servirá como roteiro para investigações do Ministério Público, da Polícia Federal e Receita Federal. Para ele, será trabalho desses órgãos formar as provas.
O presidente da CPI, Bernardo Cabral (PFL-AM), disse que não foi informado da reunião na última quarta-feira com o dono do Banco Vetor, Fábio Nahoum. Para Cabral, fazer investigações com base em depoimentos extra-oficiais "padece de vício na origem".
Requião disse que a conversa com Nahoum teve o objetivo de apenas orientar seu trabalho -e que, anteriormente, mantivera reuniões do gênero com senadores, diretores do BC e envolvidos no esquema dos títulos.
"Converso com quem eu quero como cidadão. As conversas privadas podem me orientar no encaminhamento da CPI, mas jamais serão entendidas como declarações, pois essas só são tomadas diante da comissão e sob juramento", declarou Requião.
"É preciso que a CPI não crie esperanças. Quem caminha na fantasia acaba tropeçando na realidade. Não tenho como censurar o estilo do relator e espero que ele não censure o meu", disse Cabral.

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