São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ministério investiga fundos de pensão

DAS SUCURSAIS DE BRASÍLIA E DO RIO

O Ministério da Previdência Social investiga as operações feitas pelos fundos de pensão que compraram títulos de Estados ou municípios que estão na mira da CPI dos Precatórios.
Essas entidades de previdência complementar das estatais detêm R$ 205,5 milhões em papéis que estão sob investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito.
A Folha apurou que fiscais da Secretaria de Previdência Complementar -órgão responsável pela fiscalização- já estão analisando informações repassadas pelos fundos sobre as operações envolvendo esses papéis.
Entre os fundos cujas aplicações estão sendo analisadas estão os seguintes: Funcef (dos funcionários da Caixa Econômica Federal), Petros (dos funcionários da Petrobrás) e Telos (Embratel).
O objetivo da secretaria é evitar prejuízo para os participantes. Isso pode ocorrer se houver alguma irregularidade nas operações.
Não há prazo para que os fiscais terminem de analisar os dados. Caso seja constatada alguma fraude, a fiscalização da Previdência ainda pode solicitar informações às diretorias das entidades.
A diretoria da CEF também realizou uma auditoria nas compras de títulos públicos do Rio de Janeiro e Santa Catarina feitas pela Funcef. O presidente da Caixa, Sérgio Cutolo, disse que não foi encontrada nenhuma irregularidade.
O Funcef divulgou nota a seus associados na semana passada para explicar a compra de papéis de Santa Catarina. Segundo o texto, o valor de mercado dos títulos atingia R$ 21,9 milhões, o que teria significado um deságio de 5,5%. Com isso, o "ganho potencial" na operação seria R$ 1,2 milhão.
"Além do mais, são ativos com atraente rentabilidade (principalmente quando se considera o deságio) e possuem liquidez satisfatória", diz a nota.
A CPI deve convocar nesta semana o presidente da da Petros, Francisco Gonzaga de Oliveira, para depor. A Petros é o fundo de pensão que mais investiu nos títulos, num total de R$ 38,9 milhões. A seguir, vêm a Telos, com R$ 37,8 milhões, o Serpros (do Serpro), com R$ 28,5 milhões, e a Funcef, com R$ 23,5 milhões.
Os fundos de pensão estão na mira da CPI desde que o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, demitiu toda a diretoria da Telos, no último dia 21, por suspeita de envolvimento no escândalo dos precatórios. A Telos comprou títulos de Pernambuco, Santa Catarina e do município de Osasco (SP).

Texto Anterior: STF devolve pedido de intervenção
Próximo Texto: Sigilo de secretários pode cair
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.