São Paulo, quarta-feira, 2 de abril de 1997
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Anistia critica a impunidade

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

Para a Anistia Internacional, as imagens da violência policial divulgadas anteontem não surpreendem, "porque a violação dos direitos humanos praticada pela Polícia Militar no Brasil é generalizada".
A avaliação é de Fiona Macaulay, responsável no escritório da Anistia em Londres por pesquisar as violações de direitos humanos cometidas no Brasil.
Segundo ela, o maior problema nesse caso é que os PMs que cometem crimes no Brasil não esperam ser punidos.
"O grande problema é que é a própria PM que julga os crimes e as violações cometidas pela PM. É uma garantia de impunidade."
Ela lembra que a única proposta do Plano Nacional de Direitos Humanos implementada até agora foi a transferência de jurisdição sobre homicídios intencionais cometidos por policiais militares na ativa para um tribunal civil.
"Todas as outras violações que se vêem no vídeo serão investigadas e julgadas por um tribunal militar", afirmou Macaulay.
Ela elogiou a "boa vontade" do governo federal ao lançar medidas de proteção aos direitos humanos, mas disse que "esse caso mostra que as medidas são insuficientes".
Macaulay afirmou que a Anistia vai continuar acompanhando o desenvolvimento do caso. Ela acrescentou que a entidade seguirá cobrando das autoridades brasileiras a punição dos responsáveis pelo massacre do Carandiru.

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