São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997
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Mulher não sabe onde está cabo

DA AGÊNCIA FOLHA NO ABCD

A atendente de saúde Adriana Buzeto, 28, mulher do cabo Ricardo Luiz Buzeto, disse ontem à Agência Folha desconhecer o paradeiro de seu marido.
O cabo foi quem denunciou os PMs que participaram, junto com ele, das agressões, extorsão e morte na favela Naval, em Diadema.
Apesar de ter sua ordem de prisão decretada, Buzeto estava foragido até as 18h de ontem. Outros nove policiais militares envolvidos estão presos.
"Naquele dia da fita (segunda-feira à noite, quando a Rede Globo exibiu as imagens), ele saiu de casa à tarde para trabalhar e não voltou mais", disse Adriana.
Sobre o conteúdo da fita, Adriana disse ter ficado "assustada" com a violência exibida.
Segundo ela, Buzeto não havia comentado sobre o episódio em casa. "Ele não mistura trabalho com família. Quando ele sai de lá (do trabalho), acabou."
Adriana disse, porém, que no dia 7 de março passado, quando seis policiais militares haviam sido acusados da morte de Mário José Josino, o nome de seu marido estava entre eles. "Mas ele não falou nada em casa", afirmou.
Buzeto e Adriana são casados há oito anos e têm dois filhos.
Segundo Adriana, Buzeto estava na polícia havia oito anos e fazia "bicos" em transportadoras do bairro de Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo.
Ela não soube dizer os nomes das transportadores para as quais ele trabalhava.

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