São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997
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Chega a 28 número de mortos após soro

DA FOLHA CAMPINAS; DA FOLHA VALE

Subiu para 28 o número de mortes supostamente provocadas por contaminação do medicamento NPP (Nutrição Parenteral Prolongada), fabricado pela empresa Tecnopharma, de Campinas (99 km a noroeste de SP).
Os dois novos casos aconteceram em Pindamonhangaba nos dias 22 e 24 de março, mas só foram divulgados ontem pela Santa Casa da cidade. Os dois envolveram recém-nascidos.
A Maternidade de Campinas -que teve quatro casos- confirmou ontem a existência da bactéria Enterobacter cloacae nos lotes de NPP analisados pelo hospital.
O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde divulga hoje, em São Paulo, o primeiro relatório oficial sobre as investigações a respeito das mortes.
Também hoje, a Câmara de Campinas vota o pedido de instalação de CEI (Comissão Especial de Investigação) para realizar apuração paralela do caso.
Pindamonhangaba
A diretoria da Santa Casa de Pindamonhangaba (140 km de SP) informou ontem que suspeitou da qualidade do NPP logo após a morte do segundo bebê e enviou uma amostra do soro ao Instituto Adolpho Lutz de Taubaté.
As mortes aconteceram antes da ordem de suspensão do soro dada pela Vigilância Sanitária.
Segundo o administrador da Santa Casa, Camilo Alonso Filho, o resultado do exame revelou o desenvolvimento de bactérias mesófilas e do grupo coliforme na amostra do NPP.
Normalmente, a farmácia Tecnopharma envia à Santa Casa os exames dos preparados utilizados diariamente para comprovar a esterilidade e a ausência de qualquer tipo de bactérias.
Exame insuficiente
Apesar de detectar as bactérias, o provedor da Santa Casa, José Roberto Paim, 68, informou que o exame não prova que as mortes foram causadas pelo NPP porque as bactérias não foram detalhadas e classificadas.
Outro problema na análise da amostra de NPP, segundo o administrador Alonso, é que o frasco estava violado porque havia sido usado no tratamento dos recém-nascidos.

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