São Paulo, quinta-feira, 3 de abril de 1997 |
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'Revolta' é expressão mais usada para definir reação
ROGERIO SCHLEGEL
As menções ao sentimento de revolta (17%) tiveram empate técnico com a reação de pavor, medo e pânico, relatada por 16% dos paulistanos ouvidos. Reagiram com ódio ou raiva 11%. Todos os termos usados são fortes: tristeza, repugnância, choque, desprezo e vergonha, na ordem, foram citados espontaneamente pelos entrevistados. Cada uma dessas expressões foi lembrada por 4% ou mais da população. Para o paulistano, pessoas inocentes foram vítimas de PMs que agiram de forma mais violenta do que deveriam. Para 82%, as vítimas da favela Naval apenas passavam pelo local, nada deviam. E 98% acreditam que houve violência excessiva. Assim, para 98%, esses PMs devem ser punidos. Um terço acredita que deveriam ser presos por muitos anos. Um quarto pede prisão perpétua para os policiais. E 13% acreditam que devam ser punidos com a pena de morte. A prisão perpétua e a pena de morte não existem no Brasil. A repercussão do caso de Diadema foi grande. Apenas uma em cada dez pessoas não viu o vídeo amador. Ao todo, 87% assistiram as imagens na TV. Outros 3% viram reproduções em jornais. A reação ao episódio é proporcional à exposição às imagens. Entre os que apenas viram as cenas impressas, 47% são a favor da demissão do secretário da Segurança e 39% acham péssimo o desempenho do governo Covas no setor. Esses índices sobem para 65% e 50%, respectivamente, no grupo dos que viram as cenas na TV e também nos jornais. Os simpatizantes do PSDB, partido do governador, se mostraram especialmente sensíveis ao episódio. É nesse grupo que está o maior percentual de pessoas que vêem Covas como total ou parcialmente responsável pelo que ocorreu. Também aí aparece a maior proporção de favoráveis à demissão do comandante da PM -68% contra 61% do universo geral. A pesquisa mostrou que Covas vai melhor em matéria de política geral de segurança do que no combate à violência policial. A maioria considerou ruim ou péssimo o combate aos excessos promovidos pelos policiais na sua gestão. A população se divide quanto ao desempenho geral na área de segurança. Avaliam que é ruim ou péssimo 45%, enquanto 43% o consideram regular. Para 9%, a performance na área é ótima. Secretário O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, disse, por meio de sua assessoria, que "os resultados da pesquisa refletem um momento e que, se ela tivesse sido feita na semana passada, o resultado seria positivo". (RSc) Texto Anterior: A economia da morte Próximo Texto: Covas e secretário são enganados de novo Índice |
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