São Paulo, segunda-feira, 7 de abril de 1997
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Policial do Denarc tem "prazo"

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o problema do envolvimento de PMs com drogas é grave, com a Polícia Civil não é diferente. Pelo contrário. Nos quadros do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) a situação é ainda mais delicada.
"Policial que trabalha no Denarc é o único que tem 'prazo de validade' determinado", diz Marco Antonio de Paula Santos, diretor de investigação do departamento, em referência às "tentações" que policiais do Denarc enfrentam no combate ao tráfico.
A "validade" no setor, calcula, é de cerca de três anos.
Há duas "tentações" que rondam constantemente policiais do Denarc: podem tornar-se viciados ou mesmo traficantes.
Em 94, a 2ª Delegacia do Denarc afastou um de seus melhores investigadores porque ele ficou viciado em crack. Ele faz tratamento psiquiátrico até hoje.
No ano passado, Marco Antonio de Paula Santos diz ter enfrentado uma das situações mais difíceis de sua vida por causa de um amigo.
O diretor chamara para trabalhar em seu departamento um antigo funcionário, que atuava em outro setor da Polícia Civil.
"Eu conhecia seu trabalho. Era competente, eficiente e honesto. Por três anos, ele foi um verdadeiro exemplo para os demais."
Passado esse período, diz o diretor, tornou-se "estranho".
"Descobrimos que ele se envolveu com o narcotráfico.".
Hoje, esse policial está preso.

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