São Paulo, segunda-feira, 7 de abril de 1997 |
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5 - OS FINAIS POSSÍVEIS
GUSTAVO PATÚ
Se acabasse hoje, a CPI já teria cumprido seu papel original. Mas agora todos esperam que os senadores desmascarem a máfia toda. Caso isso não aconteça, só ficará provado que governantes inventaram dívidas que não existiam e que algumas empresas de fundo de quintal sonegaram impostos. No caso dos governadores e prefeitos, eles só podem ser punidos com autorização das Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores. Quem tiver apoio político local escapa. Para a sonegação de impostos, a lei é camarada. Basta pagar o que se deve, com multas e juros, e o problema está encerrado. É claro que muita gente, mesmo que não vá para a cadeia, terá sua reputação manchada ou suas empresas arruinadas. O Banco Vetor e mais de uma dezena de empresas financeiras foram fechados pelo Banco Central. Pitta e Maluf, sejam culpados ou não, tiveram sua imagem prejudicada. Mas esse tipo de punição aleatória não serve como final feliz para a história policial. A CPI termina no próximo dia 22, mas deve ser prorrogada por mais uns 45 dias. Resta pouco tempo para desvendar uma trama tão cheia de detalhes e nomes. No final, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) fará um relatório listando tudo o que foi encontrado e acusando os que julgar culpados. Isso, por si só, não mandará ninguém para a cadeia. A história policial terá continuação. Todos os fatos descobertos pela CPI serão entregues à Polícia Federal e à Procuradoria da República, que continuarão as investigações. Até hoje, por exemplo, estão atrás do dinheiro do PC Farias. Mas o pior final de todos será se o Banco Central e o Senado continuarem displicentes na fiscalização das vendas de títulos. (GP) Texto Anterior: 4 - OS SUSPEITOS Próximo Texto: Conheça a defesa dos suspeitos Índice |
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