São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Senadores repudiam decisão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da CPI, senador Roberto Requião (PMDB-PR), criticou a decisão do STF: "A valer essa tese, a CPI está inviabilizada".
Para ele, a decisão abre um precedente para que outras pessoas investigadas peçam a suspensão da quebra não só do sigilo telefônico, mas também do bancário e fiscal.
O presidente da CPI, senador Bernardo Cabral (PFL-AM), disse que vai defender a quebra de sigilo perante o STF. Para Cabral, a proteção do sigilo telefônico só ocorre em caso de escuta. "Não é esse o caso, pois se trata de cruzamento de dados sobre as ligações", disse.
Todos os senadores defenderam o direito de as CPIs quebrarem sigilo de pessoas investigadas -até o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, que vinha cobrando mais prudência da CPI. "A nós cabe defender a instituição e o direito de tomar providências como a quebra de sigilo", disse.
"É uma decisão equivocada. Tenho o maior respeito pelo STF, mas reservo o direito de ter essa opinião", disse o senador José Serra (PSDB-SP), sub-relator da CPI.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) considerou suspeita a negativa de Pedro Neiva em abrir o sigilo. "Isso indica que ele tem algum receio", afirmou.
Segundo Requião, anteriormente o advogado de Neiva disse à comissão que seu cliente havia perdido o aparelho e que não poderia se responsabilizar pela ligações.
"Agora é que queremos mesmo saber para quem ele ligou", disse o relator da CPI.

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