São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Governo quer desarmar sem-terra em marcha
ABNOR GONDIM
"Eles não vêm aqui para capinar, e foices e enxadas não são instrumentos de trabalho na cidade", disse ele, que afirmou estar negociando o caso com o governador Cristovam Buarque (PT). O secretário de Comunicação Social do governo do Distrito Federal, Luiz Gonzaga Motta, negou que a operação de desarmamento esteja sendo articulada por orientação do governo federal. "Os sem-terra serão recebidos cordialmente", disse Motta. O governador irá entregar a chave da cidade aos líderes da marcha. A Marcha Nacional pela Reforma Agrária, Emprego e Justiça é organizada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), mas ganhou a adesão de partidos políticos, sindicatos e entidades que contestam as reformas defendidas pelo governo FHC. Riscos Seligmann afirmou que irá manter conversas novamente com o governador para garantir total proteção aos prédios públicos na Esplanada dos Ministérios, onde será concentrado o protesto. Na avaliação do ministro interino da Justiça, é necessário tomar todas as providências para não correr o risco de incidentes. "Essa é uma manifestação democrática num país democrático e deverá ser realizada sem incidentes", disse ele. Segundo o secretário, são esperados cerca de 1.600 sem-terra. Eles serão abrigados em uma escola-circo que fica a 500 metros da Esplanada dos Ministérios. Outra preocupação do governo do DF é definir locais para acampar os metalúrgicos de São Paulo que serão trazidos pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) para engrossar a passeata. Reforço O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse que a entidade decidiu transferir para o dia da marcha dos sem-terra todas as manifestações programadas para este mês em Brasília, em defesa da terra, cidadania, emprego, educação e saúde. Sindicatos dessas áreas ligados à CUT esperam receber caravanas de vários Estados. Eles vão pegar carona na marcha dos sem-terra com a aprovação do MST. "Esse será um dos maiores protestos contra a política neoliberal do governo", afirmou Vicentinho. Segundo ele, o protesto irá repudiar a privatização da Vale e a reforma administrativa. O Sindsep (Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal) convocou a categoria para uma paralisação para reforçar o protesto. Texto Anterior: Ações da Cemig têm cinco interessados Próximo Texto: Governo não quer reforma agrária, afirma MST Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |