São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Advogados têm 3 estratégias

DA REPORTAGEM LOCAL

Os advogados dos PMs acusados de violência policial em Diadema têm três estratégias para tentar reduzir a força das acusações.
A primeira consiste em descaracterizar os agredidos como vítimas. Para isso, os advogados estão levantando antecedentes criminais dos acusados, em busca de indícios que possam mostrar que estariam em Diadema atrás de drogas.
Segundo o advogado Evandro Fabiabi Capano, da Associação dos Cabos e Soldados, há um morador da favela disposto a dizer à Justiça que o vídeo foi uma armação de traficantes.
Capano sugere que todas as vítimas dos policiais sabiam que havia uma gravação e provocaram os policiais. "Isso não justifica a ação dos policiais, mas os descaracteriza como 'monstros', como a sociedade os está chamando."
Sobre a morte de uma das vítimas da violência, o conferente Mário José Josino, Capano tem duas versões. "Ele pode ter armado a cena e ter se dado mal". A outra versão é de que Josino não foi morto pelo tiro dado por um dos PMs.
A segunda parte da estratégia é levantar dados sobre a criminalidade na favela Naval. A violência no local, segundo eles, justificaria uma atitude mais enérgica dos policiais.
Por último, os advogados pretendem assistir às três horas de duração do vídeo feito pelo cinegrafista amador e que motivaram o processo contra seus clientes.
Nas sequências que não foram ao ar na edição veiculada pela TV, eles pretendem encontrar passagens em que os policiais estariam fazendo o trabalho rotineiro.

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