São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Defesa vai responsabilizar major

ST
DA SUCURSAL DO RIO

A defesa dos dois soldados acusados de terem participado das agressões na Cidade de Deus tende a responsabilizar o major Álvaro Rodrigues Garcia pelos espancamentos registrados na fita gravada por um cinegrafista amador.
Advogado dos soldados Marco Aurélio da Silva e Aldair Ferreira Menezes, o coronel da reserva da PM Zairo Lara disse que a equipe do 18º BPM (Batalhão de Polícia Militar) realizava "'uma missão policial a comando".
Em uma missão do tipo, segundo Lara, os subordinados devem cumprir as ordens do militar de mais alta patente do grupo.
Garcia era o comandante da equipe que esteve na favela em 23 de março.
Lara, 59, procurou minimizar a gravidade das cenas mostradas pelo vídeo.
Ele qualificou o ocorrido na favela como "crime rotineiro".
"O fato, analisado à luz do Código Penal, resultaria no máximo em um processo por lesão corporal leve. Talvez um abuso de autoridade, não mais que isso", afirmou.
Mesmo o crime de lesão corporal teria, para o advogado, que ser comprovado por laudo pericial. Para Lara, "a questão da fita é secundária".
"O que importa é se houve as lesões. Apareceram as vítimas? Elas apontaram os agressores? A opinião pública está sensibilizada pelo caso de Diadema", afirmou o advogado.
Para Lara, "está se fazendo muito barulho" sobre o caso.

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