São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Vestuário pressiona custo de vida em SP

Fipe constata alta de 0,34% na 1ª quadrissemana

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação continua subindo em São Paulo, tendência que vai se prolongar até junho, quando a taxa deve superar 1%.
Na primeira quadrissemana de abril os preços foram reajustados em 0,34% em média, contra 0,21% no mês passado. Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A alta da taxa de inflação se deve basicamente ao vestuário. Os preços ainda continuam em queda (-1,47% nos últimos 30 dias até 7 de abril), mas com taxa bem menor do que a de março (-4,34%).
Só o fato de os preços de um setor pararem de cair provoca, estatisticamente, pressão sobre a taxa de inflação. É o que ocorre com o vestuário.
Os pesquisadores da Fipe já estão encontrando os novos produtos da estação outono-inverno -e com preços maiores do que os das roupas de verão.
Essa queda de 1,47% na primeira quadrissemana reflete a média das últimas quatro semanas sobre as quatro anteriores. Em três delas, as pesquisas ainda captavam preços em liquidação.
O índice só vai refletir os aumentos atuais, e de forma total, após quatro semanas de pesquisa. Isso porque a pesquisa da Fipe é semanal. A cada semana entram novos preços no índice.
A taxa de inflação provém da comparação dos preços médios dessas quatro semanas com as quatro imediatamente anteriores.
No caso da primeira quadrissemana de abril foram comparados os preços médios de 8 de março a 4 de abril com os de 8 de fevereiro a 7 de março.
Alimento sobe menos
A taxa de inflação só não subiu mais porque os preços dos alimentos estão perdendo fôlego. O aumento na quadrissemana foi de 1,19%, abaixo do 1,59% de março.
Os produtos semi-elaborados, onde estão incluídos os cereais e carnes, caíram 0,25%, enquanto a alta dos industrializados foi de 1,05%, contra 1,3% no mês passado.
Os demais itens que compõem o custo de vida dos paulistanos não tiveram grandes novidades, segundo Heron do Carmo.
Esse período do ano é tradicionalmente de pressão sobre a taxa. Ela vem principalmente de vestuário, cigarros e reajustes de ônibus, segundo Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Neste mês, o governo colocou ainda mais pressão com os reajustes nos setores de energia e telefone. Com isso, a Fipe refez as projeções da inflação para este ano para 6,5% -antes, a previsão indicava taxa de 5,5% a 6% para 97.

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