São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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Embaixador da Argentina faz crítica a Gustavo Franco

FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O embaixador da Argentina no Brasil, Diego Ramiro Guelar, criticou ontem o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, que há duas semanas anunciou restrições ao financiamento das importações brasileiras.
Guelar disse que as medidas foram anunciadas de forma "arrogante", pois os parceiros no Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) não foram consultados. Ele considerou "natural" a "arrogância" de Franco. Referindo-se em tom de brincadeira à estatura do diretor do BC, o embaixador disse que as pessoas que ficam "abaixo da linha do horizonte" precisam ser "arrogantes para se defender".
No final da tarde de ontem, Guelar ligou para a Folha argumentando que suas observações foram feitas em caráter informal, sem intenção de agredir Franco. Mas reafirmou seu descontentamento com as medidas.
No final do mês passado, Franco anunciou que as importações financiadas em até 360 dias teriam que ser pagas no desembarque da mercadoria.
Mas o governo brasileiro recuou uma semana depois, devido ao protesto da Argentina e dos demais países do Mercosul, com o apoio do Chile e da Bolívia. As medidas foram flexibilizadas para países do Mercosul.
Guelar disse que a Argentina não quer novas "surpresas" do Brasil nessa área, pois "toda surpresa tem um componente de traição". As críticas foram feitas ontem, durante um almoço com jornalistas.
A Folha informou ontem a assessoria de imprensa do BC sobre as críticas do embaixador da Argentina e pediu um comentário de Franco sobre o assunto. Até o fechamento desta edição, ele não havia se pronunciado.

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