São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997
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TITANIC

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Titanic voltou à tona. Depois de 85 anos, o mais famoso naufrágio do século está no centro das atenções em Hollywood. O motivo: dinheiro. O navio é objeto do que pode ser a mais cara produção da indústria cinematográfica -já custou US$ 180 milhões-, assinada por James Cameron.
Diretor de blockbusters que costumam levar o aval da crítica, como "True Lies", Cameron é também um dos homens de ponta dos efeitos especiais. Para ter uma idéia, sem os recursos que criou para "O Exterminador do Futuro 2", seria impossível pensar em fazer "Parque dos Dinossauros".
Cameron também é considerado dono de um privilégio em Hollywood. Ele contaria com uma certa independência para escolher e escrever roteiros, por sempre ter garantido retorno aos estúdios.
Mas incidentes -como a intoxicação alimentar da equipe durante as filmagens no México- fizeram crescer a ameaça de que o filme repita o fiasco de "Waterworld", que custou quase US$ 200 milhões.
Para rodar "Titanic", com estréia prevista para julho nos EUA, Cameron se armou de muito segredo, um dos maiores cenários já construídos em Hollywood, filmagens nos destroços do navio -que prometem ser as de melhor qualidade que já se fizeram no fundo do mar- e dois jovens atores como protagonistas.
Kate Winslet ("Razão e Sensibilidade") e Leonardo di Caprio ("Romeu e Julieta") interpretam o casal que se envolve durante a viagem no Titanic, o transatlântico de luxo, que partiu da Inglaterra, em 1912, com destino a Nova York e colidiu com um iceberg.
Diferentemente do que se pode imaginar, "Titanic" não é cinema-catástrofe, é um romance. O filme é ambientado no tempo presente, com uma narradora contando em flash-back a história do casal a bordo do navio. O desastre se restringe, então, a ser uma espécie de pano de fundo. Isso é tudo que Cameron permitiu que fosse divulgado até agora.
O segredo é tanto que apenas o personagem de Winslet tem seu nome conhecido: ela será Rose Dewitt Bukater. Bill Paxton também está no elenco.
Em prol do filme, Cameron pode contar ainda com um marketing inesperado. Nesta semana, foi divulgada uma investigação mostrando que não teria sido um iceberg o causador do naufrágio e sim seis buracos no casco do Titanic.

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