São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997 |
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Clinton deve encontrar os sobreviventes de Tuskegee
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
Entre 1932 e 1972, homens negros norte-americanos com sífilis passaram anos sem ter a doença tratada para que pesquisadores pudessem estudá-la melhor. Sem que tivessem conhecimento do que estava acontecendo, cerca de 400 homens afro-americanos passaram pelo processo. Fred Gray, advogado dos oito que ainda estão vivos, afirmou que seus clientes foram tratados como cobaias humanas. "Eles não deram seu consentimento, nem foram informados do que estava acontecendo", afirmou. A Casa Branca já avisou que o presidente Clinton pretende pedir desculpas pelo que ocorreu. "Foi um erro que deve ser corrigido", disse Mary Ellen Glynn, porta-voz da sede do governo americano. A experiência é chamada de Tuskegee por ser o nome da cidade norte-americana, no Estado do Alabama, em que foi realizada. Durante o experimento, os doentes recebiam medicamentos que não faziam efeito (placebo). Quatro dos oito sobreviventes se encontraram no início da semana em uma igreja do Alabama, mas o governo negou pressão para que o presidente os receba. O mais jovem deles tem 87 anos. A experiência Tuskegee foi levada para as telas pela emissora HBO, com o nome "Miss Ever's Boys". O filme gerou polêmica entre os sobreviventes e a emissora que o produziu. A HBO defende-se dizendo que retratou a história fielmente e que em nenhum momento tentou dar a versão governamental. Texto Anterior: Droga contra o HIV trataria hepatite B Próximo Texto: Cientistas britânicos acham uma nova galáxia Índice |
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