São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997 |
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MAIS COMPETIÇÃO A compra do Bamerindus pelo Hongkong and Shanghai Banking Corp. (HSBC) não é o primeiro sinal de interesse de bancos estrangeiros pelo mercado brasileiro. Mas é um evento de importância política, pela dimensão do negócio e pela relevância internacional do HSBC. Aparentemente, havia diante do Banco Central propostas alternativas, mas na decisão final pesou o fato de o comprador ser uma instituição estrangeira de grande porte. De fato, considerando que a estabilização depende da imagem externa do país, o sinal do BC é claro: a opção é pela abertura da economia. Já no mercado local, a decisão coloca diante dos outros bancos um desafio competitivo sem precedentes na história bancária brasileira. Afinal, o Bamerindus já era um concorrente pesado. Mas, agora, sendo parte de uma organização de US$ 40 bilhões, torna mais acirrada a disputa. A julgar pelas declarações da nova direção do Bamerindus, a disposição é para valer. O banco anunciou linhas de crédito ao comércio exterior e tarifas sobre serviços mais baixas que os da concorrência. A conferir. Aliás, o próprio compromisso do governo com a abertura e a modernização do sistema bancário ainda precisa de mais comprovações práticas. Em primeiro lugar, uma troca de dono não altera necessariamente o grau de concentração do sistema bancário brasileiro. Ademais, mesmo entre os bancos estrangeiros, há interessados em ampliar sua presença por outros meios que não a compra de instituições problemáticas -por exemplo, ampliando suas redes de agências. A regulamentação atual dificulta isso. O governo optou pelo gradualismo e pelo saneamento de instituições problemáticas. Mas o pior da crise bancária já passou. É hora, portanto, de dar ainda mais força à abertura e ao aumento da concorrência no sistema bancário brasileiro. Texto Anterior: PRIVILÉGIO IMORAL Próximo Texto: Ouvir o silêncio Índice |
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