São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997
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Acusado não diz nada à juíza

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O soldado Rogério Neri Bonfim foi interrogado durante cinco minutos. Disse 15 "mantenho-me em silêncio", 15 "não senhora" e dois "sim senhora" como resposta às perguntas feitas pela juíza Maria da Conceição Pinto Vendeiro, da 3ª Vara Criminal.
Bonfim é o policial que no vídeo distribui bofetadas nas pessoas abordadas pelos policiais envolvidos nas blitze da favela Naval, em Diadema (Grande São Paulo). Ele também xinga as vítimas.
Por isso, está sendo processado por tentativa de homicídio, formação de quadrilha e abuso de autoridade. Ele foi o antepenúltimo réu a ser interrogado.
Orientado por seus advogados para não dizer nada à juíza, Bonfim só respondeu a três perguntas: disse que nunca fora processado nas justiças Militar e comum, que conhecia o aspirante Wilson Góes Júnior e um outro tenente do 24º Batalhão, onde trabalhava.
Caso seja condenado pelas acusações que lhe são feitas, o soldado pode pegar até 27 anos de prisão no processo da Justiça comum.
"Ao contrário de outros PMs que tiveram menor participação, é compreensível que o soldado Bonfim tenha mantido o silêncio", disse o relator da CPI do Crime Organizado da Assembléia Legislativa, deputado Elói Pietá (PT).
A defesa optou por essa estratégia alegando que não teve acesso à íntegra da gravação da violência. Seus advogados poderão pedir, em outro momento do processo, que Bonfim seja ouvido.
(MG)

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