São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997 |
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Advogados tentam desacreditar gravação
RODRIGO VERGARA
Gamalher Corrêa, advogado de Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, prometeu ir mais longe. Afirma que tem como provar que a gravação é uma montagem, obtida por tecnologia muito avançada. "Os traficantes têm meios de pagar uma montagem muito sofisticada", diz ele. Para Corrêa, nem o IC (Instituto de Criminalística) nem a Unicamp, onde a fita está sendo periciada por especialistas em fonética, têm condições de detectar a fraude. "Mas eu tenho como provar que a fita é falsa." Corrêa não explicou, no entanto, como irá fazê-lo. Corrêa também ataca a gravação como prova, porque teria sido obtida "por meios ilícitos", em sua avaliação. "Foi feita por traficantes. Existe coisa mais ilícita do que esta?" Segundo a TV Bandeirantes, a fita foi feita por um cinegrafista profissional, que soube da existência da violência policial no local. A reportagem da emissora levou ao ar uma entrevista com o suposto cinegrafista, sem identificá-lo. O advogado pediu ainda que seu cliente não fosse tratado pelo apelido de Rambo que, segundo ele, nunca foi utilizado. "Ele nunca teve esse apelido. Rambo é uma invenção da mídia para associar meu cliente à idéia de violência. Mas hoje todos viram que ele é um homem de paz." Acesso Já os advogados dos policiais que se negaram a prestar depoimento alegaram não ter tido acesso ao processo. Evandro Fabiani Capano, da Associação dos Cabos e Sargentos, afirma não ter dúvidas de que houve crime, mas que precisa da gravação original da fita, com três horas de duração, e não da edição exibida na TV. "Crime houve. Mas é preciso saber quem fez o quê. Precisamos individualizar as acusações." Capano quer tentar evitar que todos os policiais militares presentes na ocasião do tiro dado por Rambo sejam considerados co-autores. (RV) Texto Anterior: Acusado não diz nada à juíza Próximo Texto: Consultor faz 'top 50' das beneficentes Índice |
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