São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997
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Polícia é firme, diz Azeredo

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), disse que recebeu a notícia da morte de Wesley Silva com "muita tristeza", mas que a polícia de Minas Gerais precisa ser valorizada.
"Temos que entender e valorizar a polícia de Minas Gerais. É uma polícia firme, mas é correta", afirmou Azeredo na manhã de ontem, ao ser questionado sobre a morte do adolescente.
O governador afirmou que o detetive será punido "exemplarmente" e demitido da Polícia Civil. Azeredo disse que o policial já estava preso, mas a Secretaria da Segurança corrigiu depois a informação. O detetive continua foragido.
As denúncias feitas por presos da Deoesp (Delegacia de Operações Especiais da Polícia Civil), que disseram existir tortura naquela delegacia -o caso está sendo apurado pelo Ministério Público e por deputados estaduais-, foram comentadas pelo governador com irritação.
"Tortura eu não aceito, não vai existir em Minas Gerais e eu não acredito que esteja acontecendo. Não se pode dar credibilidade às palavras de sequestradores, de assassinos, de criminosos", disse.
Ele diz apoiar a comissão da Assembléia Legislativa que apura o caso, mas afirmou: "Não se pode querer extrapolar e querer colocar Minas Gerais no mesmo patamar negativo de outros Estados".
Erro
O secretário da Segurança, Santos Moreira, disse que a polícia errou ao permitir que o detetive acusado da morte do adolescente ficasse na ativa.
"Se o detetive estava submetido a processo administrativo, já para ser demitido, não poderia continuar com a arma do Estado. Deveria ter sido afastado, pois não tinha condições mentais para trabalhar", disse Moreira.
O secretário disse que mandou apurar se a arma era de fato do Estado e os motivos de ele não ter sido afastado. "Concordo que às vezes a instituição policial falha", afirmou.

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