São Paulo, sábado, 12 de abril de 1997 |
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CNBB em Itaici
LUCIANO MENDES DE ALMEIDA A Assembléia Geral dos Bispos Católicos do Brasil consiste não só na oportunidade de um desejado encontro fraterno, mas é o momento em que, à luz de Deus, os principais aspectos da evangelização são analisados em comum e tomadas decisões pastorais para o melhor serviço da igreja no cumprimento de sua missão.A reunião da CNBB em Itaici, município de Indaiatuba (SP), começou na quarta-feira, dia 9 de abril, e terá a duração de dez dias. Estão inscritos 408 participantes, sendo 286 bispos e 12 administradores diocesanos, com a cooperação de subsecretários regionais, assessores e convidados, entre os quais cinco pastores de igrejas evangélicas. O tema principal para 1997 é "A igreja e a comunicação, rumo ao novo milênio", em consonância com o apelo do papa João Paulo 2º para o Grande Jubileu do ano 2000. A intenção é de criar novos métodos e expressões para que a mensagem salvífica de Jesus Cristo seja mais conhecida e seguida, com amor e generosidade, em especial pelos jovens. A fim de facilitar a reflexão, foi elaborado um texto apresentando os caminhos até agora percorridos pela igreja na comunicação, desafios e oportunidades em tempo de globalização, questionamentos sobre métodos e processos de comunicação utilizados na igreja. O texto aborda, a seguir, o uso dos meios modernos de comunicação: publicações impressas, programas de rádio e televisão, como a "Unda" e Rede Católica de Rádio, interligando 140 emissoras, a esperançosa Rede Vida e agora as novas formas da telemática. Maior importância é dada, por isso, à formação de agentes de pastoral e profissionais e ao planejamento da comunicação "da" e "na" igreja com a sugestão de compromissos concretos a serem assumidos em bem da ação evangelizadora. Entre os outros temas em pauta, merecem destaque: 1) o acompanhamento do "Projeto rumo ao novo milênio" que vem sendo implementado, com entusiasmo e criatividade, nas dioceses; 2) a preparação do "Sínodo para a América" que se realizará em Roma, de 16 de novembro a 12 de dezembro de 1997; 3) o ensino religioso nas escolas públicas. Duas questões foram incluídas no início da assembléia, por necessitarem de urgente análise e declaração pastoral da CNBB. A primeira refere-se à defesa e promoção da cidadania, frente aos inúmeros casos de violência, desde o massacre de Eldorado do Carajás e Corumbiara até os recentes e lamentáveis episódios de Diadema e no Rio. Na mesma grave situação inserem-se as situações de trabalho escravo, de corrupção e o insuficiente atendimento aos sem-terra. A outra questão envolve os aspectos éticos implicados nas recentes privatizações e, em especial, na discutível decisão governamental sobre a Companhia Vale do Rio Doce. Constam ainda da pauta várias comunicações e relatórios, entre os quais a análise da conjuntura nacional, dos organismos de igreja, das tendências teológicas atuais, da Comissão Pastoral da Terra, da Comissão Justiça e Paz e do Conselho Indigenista Missionário. O dia 11 de abril foi inteiramente dedicado, num clima de silêncio, à oração, intercedendo pelo nosso povo e contemplando o seguimento de Jesus Cristo no Evangelho de São Marcos sob a orientação de frei Carlos Mesters. D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna. Texto Anterior: O pau vai comer Próximo Texto: A dignidade da farda Índice |
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