São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
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Duplas x duplas

Pelé e Tostão tabelaram no "Cartão Verde", anteontem.
O Rei está preocupado, acha que Romário não terá condição de ser o alimentador de Ronaldinho no ano que vem.
Tostão, com sua polidez mineira, discorda, lembrando que ambos se alimentaram suficientemente bem nas duas partidas que fizeram pela seleção.
Pelé provoca. Quer saber se Tostão tem dúvida sobre qual dupla é melhor, a que ambos formaram ou a Ro-Ro.
Tostão não vacila. "Na nossa dupla, Pelé fazia a diferença."
Então, toca o telefone, segunda-feira de manhã. É mestre Amando Nogueira.
Quer saber qual foi a resposta de Tostão, que ele não ou viu perfeitamente.
Resposta obtida, o mestre pondera que, na verdade, nem existiu a dupla Tostão-Pelé nem existe a dupla Ro-Ro.
Dupla, diz, é quando um joga em função do outro, como Pelé-Coutinho, Pagão-Pelé.
Depois, diante da informação de que o próprio Rei cita Tostão como um de seus maiores parceiros, aceita que, de fato, a dupla Tostão-Pelé existiu, até porque havia se esquecido de tudo que ambos fizeram não na Copa de 70, mas nas eliminatórias.
E "garramos" numa conversa sobre duplas que culminou com conclusão curiosa: dupla de verdade hoje em nosso futebol, daquelas que entram para história, só mesmo a formada por Paulo Rink-Oséas, a do Atlético-PR, duríssimo adversário desta noite do Corinthians, na Copa do Brasil.
Porque, por exemplo, Luizão e Viola ainda não estão jogando um para o outro, e Túlio e Donizete, que tão bem sederam no Botafogo, não têm tido tempo de jogar juntos o suficiente.
Seja como for, preocupante mesmo é o seguinte: se Pelé tem dúvidas sobre a dupla Ro-Ro, Zagallo pode voltar a tê-las, numa recaída.
Melhor, então, será sair pela tangente.
Vamos fazer de conta que, se é verdade que o Rei foi o maior prático da história da bola, teoricamente ele não entende bulhufas de futebol.
Só para o Zagallo não reinventar moda.
*
Será menos difícil para o Ceará arrancar um resultado apertado hoje diante do Palmeiras e depois segurá-lo em São Paulo do que para o Corinthians em relação ao Atlético-PR.
Se o alvinegro não ganhar bem no Morumbi, vai sofrer uma barbaridade em Curitiba.

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