São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Motta acusa bispos de partidarismo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, acusou bispos da CNBB que criticaram o governo de atuação político-partidária.
"Gostaria de ver a ficha de filiação partidária de todos", completou. "Aliás, nem preciso ver para saber qual é."
Motta acusou grupos interessados em chegar ao poder de usar os problemas sociais brasileiros para alcançar seu objetivo.
"Esses grupelhos que, na realidade, querem o poder, têm de parar de usufruir das mazelas do país", completou.
"Nós (do PSDB) não temos apego ao poder, temos é compromisso com um projeto nacional", disse, na solenidade de filiação do governador do Mato Grosso, o ex-pedetista Dante de Oliveira, ao PSDB.
Ibrades
O documento com críticas ao governo foi elaborado pelo Ibrades (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social), órgão da CNBB.
Nele, o governo FHC é acusado de comprar votos para aprovar a reeleição, de não cumprir o programa social apresentado na campanha eleitoral e de se aliar aos grandes proprietários de terra.
Motta desafiou a CNBB a comprovar informações sobre o governo Fernando Henrique Cardoso, apresentadas no sábado último na assembléia da entidade em Itaici.
"Desafio os formuladores a provarem qualquer dos dados", disse o ministro ontem. A CNBB preferiu não polemizar (veja texto abaixo à esquerda).
"Graninha"
O ministro já havia se desentendido com a CNBB por causa da privatização da Vale do Rio Doce. Motta disse que a CNBB e dom Luciano Almeida Neves, ex-presidente da entidade, são contra a privatização porque recebem uma "graninha" da empresa.
Motta afirmou ontem que a análise dos bispos sobre o governo FHC é equivocada.
"A CNBB foi usada como fórum para apresentação de um trabalho mentiroso", afirmou.
Anteontem, o Palácio do Planalto divulgou nota oficial rebatendo todos os pontos do documento.
Segundo o ministro, até julho todas as reformas serão aprovadas pelo Congresso. "Entraremos numa nova etapa administrativa, centralizada na área social."
O ministro criticou os que acusam o governo de ter quebrado monopólios e aberto a exploração das riquezas minerais à iniciativa privada.
"Isso é papo furado de quem está por fora ou quer se aproveitar de forma oportunista", declarou. "Cada pessoa que reclama, se levantarmos a sua origem, vamos ver que ela tem interesses afetados."

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