São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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CSN consegue atrair 6 fundos de pensão

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás), Sistel (Telebrás), Fapes (BNDES), Fundação Cesp (Cesp) e Funcef (CEF) concluíram ontem as negociações para aderir ao consórcio liderado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que disputará o controle da Companhia Vale do Rio Doce.
Segundo informações fornecidas por um desses fundos à Folha, no final da tarde de ontem faltavam apenas os advogados das duas partes definirem aspectos jurídicos das cláusulas contratuais para a formalização do acordo.
Os seis fundos, todos patrocinados por estatais, têm em conjunto 10,85% das ações ordinárias (com direito a voto sem restrições) da Vale. Outros fundos de pensão possuem 4,15% do capital ordinário da estatal, somando um total de 15% das ações ordinárias da empresa em poder dessas instituições.
A Valia, fundo pertencente aos empregados da própria Vale, ficou fora da negociação com a CSN.
Após negociar em bloco com os demais, sua direção decidiu transformar a participação de 1,6% que a Valia detém no capital ordinário da Vale em cotas do Investvale, o clube de investimentos que representará os empregados da estatal na compra das ações que lhes estão sendo oferecidas pelo governo.
Sendo patrocinada pela Vale e dependente da sua direção, a Valia temia entrar em um consórcio que viesse a ser derrotado no leilão, marcado para o dia 29 deste mês.
A Valia ficaria na desconfortável posição de depender de controladores aos quais havia se oposto. Associada ao Investvale, ela pode aderir ao grupo de controle após o leilão, seja qual for o vencedor.
A CSN informou que prosseguem as negociações para ampliar o consórcio e que ele deverá ser anunciado formalmente até o começo da próxima semana.
Além dos fundos, são nomes certos no gripo a mineradora sul-africana Gencor e o fundo de investimentos do Banco Opportunity.
O Nations Bank, dos EUA, é considerado quase certo, seja como financiador da CSN, seja como investidor, ou nos dois papéis.
O fundo de investimentos do BBI (Banco do Brasil de Investimentos) também está próximo de aderir ao consórcio, que seguia ontem tentando atrair o grupo Suzano para o seu lado.
O outro consórcio até agora anunciado para disputar o leilão da Vale é liderado pelo grupo Votorantim e pela mineradora sul-africana Anglo American.
Ele também disputa a parceria com os interessados que ainda não se definiram.
Esquema jurídico
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), gestor do programa de privatização do governo federal, está montando um gigantesco esquema de plantão judicial para evitar ser surpreendido às vésperas ou no dia do leilão da Vale por uma liminar que provoque seu adiamento.
Advogados e assessores do diretor da área de desestatização do banco, José Pio Borges, e de outros diretores estão sendo preparados para passar a semana do leilão em cidades do interior do país onde seja possível uma ação contra a venda da estatal.
Esse esforço é uma tentativa de barrar a estratégia anunciada pelos opositores ao leilão de entrar com recursos em pequenos municípios nos quais a empresa tenha alguma atividade. A estratégia tornaria mais difícil o contra-ataque do BNDES a esses recursos.

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