São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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'Não sabia que a PM tinha a fita'

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Demonstrando nervosismo, o coronel Carlos Alberto da Costa, subcomandante-geral da Polícia Militar, afirmou ontem à CPI de Diadema que, se soubesse que a fita com as cenas de violência em Diadema estava em poder da PM, teria requisitado imediatamente o vídeo e levado ao conhecimento do comandante-geral da corporação, coronel Claudionor Lisboa, ou ao secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva.
"Com certeza, as imagens seriam divulgadas para todos os meios de comunicação, mas em nenhum momento fui informado de que a PM estava de posse da fita", declarou Costa.
Acuado pela ratificação das declarações do coronel Coji Yanaguita, o subcomandante admitiu ontem, pela primeira vez, que foi informado sobre a fita de Diadema no dia 27 de março. Na semana passada, ele havia negado terminantemente saber do assunto.
"A notícia que recebi não era específica. Era genérica. O coronel Coji disse que todas as medidas foram tomadas. Então, não havia mais nada a fazer", declarou.
Costa afirmou também que só tomou conhecimento do conteúdo do vídeo quando ele foi exibido pela televisão, no dia 31 de março. Ele disse ainda que conversou com Lisboa sobre o assunto apenas após as imagens irem ao ar.
O depoimento de Costa deixou vários deputados exaltados. O que parecia estar mais irritado era Erasmo Dias (PPB). "A nossa corporação falhou do primeiro ao último. O secretário e o comandante-geral deveriam renunciar."
"Na nossa época, a PM não espancava coitado em favela", disse, gritando, o deputado Conte Lopes (PPB), que foi capitão da Rota.
Perguntado ao final do seu depoimento se iria colocar o cargo à disposição, Costa disse: "Não vou dar entrevista".
(CA)

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