São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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CPI quer ouvir o cinegrafista

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CPI do Crime Organizado, deputado Afanasio Jazadji, quer que o cinegrafista que gravou a violência dos policiais militares em Diadema deponha na Assembléia Legislativa.
Jazadji acredita que o cinegrafista tenha obrigação de depor, sob pena de ter de responder na Justiça por sua suposta omissão.
"Ele é obrigado a depor. Se se negar, deve sofrer as penas da lei. No Estado de Direito, todos temos responsabilidades. Ele não ganhou dinheiro vendendo a fita? Agora deve prestar depoimento."
O deputado espera o depoimento, que está sendo negociado com o cinegrafista, para os próximos dois ou três dias. Segundo ele, o autor das imagens é a única testemunha ocular do assassinato do conferente Mário José Josino.
"Queremos um depoimento formal. Teria ele sido vítima, ou será que algum traficante queria afugentar os PMs?"
Mas a idéia de trazer a principal testemunha até a Assembléia sofre resistência dentro da própria CPI. O deputado Elói Pietá (PT) diz ser contra. "Ele (o cinegrafista) tem que ser preservado. É importante ouvirmos seu depoimento, mas não a qualquer custo."
Pietá e Jazadji discordam quanto ao risco que o cinegrafista corre ao depor. Para Pietá, "ele (o cinegrafista) está ameaçado de morte".
Jazadji não vê tal ameaça. Ele acredita que os policiais que poderiam oferecer perigo ao autor das imagens estão todos presos.
"Mas, se ele se sentir ameaçado, podemos pedir à Polícia Civil que lhe dê proteção."
Pietá afirma que a convocação do cinegrafista terá que ser acordada entre os vários membros da CPI.

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