São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 1997 |
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Bala achada em cadáver causou reviravolta
FERNANDA DA ESCÓSSIA; SERGIO TORRES
Maria dos Anjos disse ter achado uma cápsula de bala junto ao corpo do marido. A chacina ocorrera havia três anos, quando cerca de 50 homens armados entraram na favela e mataram 21 pessoas. "Não sabia muito bem o que fazer, aí mostrei a bala para a advogada Cristina Leonardo (assistente de acusação) e para o juiz (José Geraldo Antônio). Só quero justiça para a morte do meu marido", afirmou Maria dos Anjos. Com base na denúncia de Maria dos Anjos, em outubro de 96 o juiz determinou a exumação dos corpos das 17 vítimas enterradas no Rio de Janeiro. Os cadáveres das outras quatro vítimas foram sepultados fora do Estado. Nos corpos de sete vítimas havia nove projéteis inteiros e dois fragmentos. O juiz determinou, então, a realização de um exame de balística para comparar os projéteis com as armas dos acusados. Nos exames realizados em seguida à chacina, deram negativas as confrontações entre armas e projéteis recolhidas inicialmente. No segundo exame, feito em Minas Gerais, o laudo indicou que uma das armas usadas era a pistola 7,65 pertencente ao ex-soldado da PM Gilson Nicolau Araújo, um dos 14 réus que respondiam ao processo em liberdade. Os 14 réus estão soltos desde que obtiveram fitas cassete com gravações das conversas com outros acusados, contando quem participara da chacina, como ela fora planejada e como acontecera. Molina concluiu que os diálogos -transcritos em cerca de 150 páginas- não tinham sido montados ou editados. Com base na conclusão, as defesas pediram e a Justiça aceitou que os 14 réus inocentados nos diálogos fossem soltos. A perícia das fitas motivou a abertura de um outro processo para apurar a chacina, com mais 19 acusados. (FE e ST) Texto Anterior: Anistia Internacional acompanha o caso Próximo Texto: Moradores choram ao encontrar acusados Índice |
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