São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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BCs do Brasil e Paraguai vão fechar acordo

DO ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Cláudio Mauch, irá na próxima semana ao Paraguai para firmar um acordo de cooperação que permita ao BC pedir diretamente ao Banco Central paraguaio dados sobre empresas suspeitas de lavagem de dinheiro.
A informação é dos senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Romeu Tuma (PFL-SP), que se reuniram com o presidente do BC do Paraguai, Hermes Ginard.
O objetivo do acordo é descobrir para onde foi remetido o dinheiro de empresas envolvidas com as operações investigadas pela CPI dos Precatórios. Com esse acordo, pode-se eliminar a burocracia que envolveria ministérios como os da Justiça e das Relações Exteriores.
Na prática, isso significa a quebra do sigilo bancário de empresas suspeitas de lavagem de dinheiro. Antes de abrir as contas para o BC brasileiro o órgão paraguaio pediria autorização à Justiça do país.
Um dos principais alvos desse acordo seria o banco paraguaio Corfan. Ele recebeu do Beron, entre dezembro de 1995 e março de 1996, R$ 405 milhões em uma conta sua na agência do Banco Rural de Campo Grande (MS).
Ontem, o presidente do Corfan, Eusebio Ramón Ayala, depôs na CBI (Comisión Bicameral de Investigación), grupo parlamentar paraguaio de que investiga a lavagem de dinheiro. Tuma e Requião presenciaram o depoimento. Ayala negou a existência da conta no Banco Rural, mas Tuma apresentou os extratos da conta.

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