São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estímulo deve seguir bom senso

FERNANDO ROSSETTI
DE NOVA YORK

A educação até os 6 anos de idade exige, mais do que qualquer coisa, bom senso. "Não precisa ensinar o alfabeto a uma criança de 3 meses", diz Patrícia Kuhl, titular em Ciência da Fala e Aprendizagem na Universidade de Washington.
As principais dicas da conferência são simples: leia e conte histórias para os filhos desde pequenos, tenha livros em casa, cante, toque músicas, pinte, passeie.
Tudo isso estimula a formação de determinados "circuitos" no cérebro. A professora de neurobiologia da Universidade da Califórnia, Carla Shatz, compara o desenvolvimento cerebral à instalação de uma rede telefônica.
"O cérebro tem mais de um trilhão de células nervosas (neurônios). Cada uma é como um telefone que se comunica com outras células por sinais eletroquímicos."
Esses sinais são transmitidos por axônios -que são como linhas telefônicas, emitidas pelo neurônio.
"Durante o desenvolvimento, o cérebro tem que formar cerca de 100 trilhões de conexões entre os neurônios. Nenhuma dessas conexões está lá desde o início."
Há dois fatores determinantes na formação dessas conexões. O primeiro é genético: os genes dos pais determinam parte da estrutura cerebral da criança.
O segundo fator é ambiental: os estímulos que a criança recebe determinam a emissão de axônios e a formação -ou não- de uma conexão. Isso ocorre durante toda a vida, mas é muito mais intenso e rápido até os 10 anos de idade.
(FR)

Texto Anterior: Ciência do cérebro altera visão do ensino
Próximo Texto: As implicações para a educação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.