São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997 |
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Alunos dos EUA trabalham no MST
FERNANDO ROSSETTI
O programa é oferecido desde 1993 pelo Instituto Internacional de Cooperação e Desenvolvimento, uma escola sem fins lucrativos de Williamstown, Massachusetts (costa leste dos EUA). Cerca de dez estudantes na faixa dos 21 anos embarcam ao Brasil para trabalhar e fazer pesquisa por três meses. A inscrição para a turma do ano que vem está aberta e a divulgação é feita com cartazes nas universidades. Preço: US$ 3.400. O programa inclui dois meses de preparação para a viagem, os três meses no Brasil e mais um mês de fechamento na volta aos EUA. "Escolhemos o MST porque eles fazem um bom trabalho no Brasil", afirmou Josefin Jonsson, diretora administrativa do instituto. "Queremos apoiar pessoas pobres e ao mesmo tempo aprender alguma coisa com elas. O MST é uma boa oportunidade para isso." Pontal do Paranapanema Já fizeram parte do programa assentamentos em Pontal do Paranapanema (interior de SP), em Vila Diamante (MA), e atualmente há um grupo de estudantes na periferia de Recife (PE). O tipo de trabalho a ser desenvolvido no campo é decidido na preparação. Escolhido o local e a atividade desejada, o grupo passa a levantar recursos. "Nós fomos de porta em porta em Washington pedindo dinheiro e conseguimos arrecadar US$ 9.000", diz Kate VanSickle, 21, que participou do programa em 1995 e ficou um mês em um assentamento do MST em Vila Diamante. "Nós usamos o dinheiro para comprar materiais e construir um dormitório e um refeitório em um centro de treinamento de ativistas com capacidade para cem pessoas", afirma Kate, que também visitou favelas em São Paulo. O único problema que ela enfrentou foi com água contaminada. "Fiquei doente logo de cara." Mas, apesar disso, aprendeu muito. "As pessoas do Nordeste estão tão distantes -recebem informações apenas pela TV- que acham que São Paulo é o máximo. Eu tentava explicar que, se eles fossem a São Paulo, acabariam em uma favela. Mas não adiantava." Quando voltou, Kate escreveu o livro "Daniel, um Menino Brasileiro", sobre a vida de um garoto de 10 anos em Vila Diamante. Agora, ela faz pós-graduação em estudos latino-americanos. "Essa experiência mudou minha vida." O instituto também oferece programas em Angola, Moçambique, Nicarágua e Zimbábue. (FR) Informações em inglês na Internet: http://www.berkshire.net/iicd1 Texto Anterior: As implicações para a educação Próximo Texto: Política científica e Estado Índice |
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