São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
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Estabilidade estimula uso de moedas

Real substitui fichas

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

Viver com a economia mais estável pode facilitar a vida do consumidor. Hoje, é possível comprar salgados, sorvetes, refrigerantes, cartões de telefone e até jornais usando notas ou moedas no lugar de fichas (leia matéria abaixo).
Alguns produtos também já estão saindo das fábricas com o preço impresso na embalagem -é o caso de uma linha de congelados colocada à venda pela Sadia no Rio, no final do ano passado.
Mas a mudança ainda caminha a passos lentos. No caso da Sadia, por exemplo, a empresa afirma que ainda é cedo para avaliar se a novidade funcionou e se vai ser expandida para outros produtos.
Outro ponto que sugere a lentidão do processo é a mudança nos telefones públicos. Para utilizar esses aparelhos, o consumidor ainda é obrigado a comprar fichas telefônicas ou dispor de cartões. Nos países do Primeiro Mundo, a estabilidade econômica garante o uso de moedas.
Segundo a assessoria de imprensa da Telesp (Telecomunicações de São Paulo), o esforço das telefônicas atualmente é para expandir o uso do cartão e não para criar aparelhos que aceitem moedas.
Segundo a avaliação da empresa, o brasileiro não tem o hábito de usar moedas e prefere comprar os cartões. No futuro, a Telesp estuda implantar telefones públicos que também aceitem cartão de crédito.
Salgadinhos e refrigerantes
Grande parte das empresas que distribuem as máquinas que vendem salgadinhos, doces e refrigerantes em lata está substituindo o uso de fichas por notas e moedas.
A distribuidora Spot Drinks, por exemplo, trabalha com esse tipo de produto há cerca de um ano. "Os usuários preferem as máquinas que aceitam dinheiro. Elas são mais práticas do que as outras", diz Mariko Onishi, funcionária da empresa.
Ela afirma que, no próximo mês, a empresa vai colocar no mercado máquinas automáticas para venda de sorvetes e congelados, também por meio de notas e moedas.
"É verdade que alguns investidores ainda estão com o pé atrás. Mas isso deve mudar em breve", afirma Mariko Onishi.
Outra distribuidora do produto, a Serv-o-matic, optou por ter disponíveis os dois tipos de máquinas -as que aceitam fichas e as que aceitam dinheiro. "As que aceitam fichas ainda têm boa procura", afirma Cynthia Lichtenfels, supervisora da empresa.
Segundo ela, alguns investidores preferem as máquinas com fichas, pois o governo deve substituir, até 1998, as moedas hoje em uso. "Isso não acontece em outros países", avalia Cynthia.
Livros
O mercado editorial brasileiro parece estar apostando mais na estabilização. Editoras como a L&PM, por exemplo, estão lançando livros baratos (para distribuição em livrarias e bancas de jornais) que já têm o preço impresso na capa.
Segundo Ivan Pinheiro Machado, sócio e diretor da L&PM, a intenção do projeto é favorecer o leitor e oferecer produtos bons e baratos. "Os livros têm que atingir o maior número possível de público", afirma.
A editora já lançou 12 livros com os preços impressos na capa. O mais caro custa R$ 6,50 e o mais barato, R$ 3,50. Entre os títulos lançados estão "Todas as Histórias do Analista de Bagé", de Luis Fernando Veríssimo, e "Hamlet", de William Shakespeare.
Machado afirma que a intenção da editora é lançar 200 livros, com investimento total de cerca de US$ 1 milhão.

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