São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Guarda de endemias pode ser demitido pela 3ª vez

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Demitido e reintegrado ao serviço público duas vezes em nove anos, o guarda de endemias Mardones da Costa Flores, 34, acredita que estará entre os cortados, caso a reforma cause demissões na Fundação Nacional de Saúde.
Flores, para voltar ao cargo, pretende ir à Justiça e participar de mobilizações da categoria -os funcionários da FNS são 43 mil.
Ele entrou no serviço público em 1985, por concurso. Flores foi demitido em 88, conseguindo reintegração por medida judicial, sendo novamente demitido em 90.
Seu trabalho envolve visitas às residências e estabelecimentos comerciais, para que dê orientação e aplique venenos que evitem a proliferação de doenças tropicais.
Na última vez, a demissão veio em outra reforma, lançada no governo Collor. Foi anistiado no governo Itamar, o que, acha, o transforma em alvo da nova reforma.
"Se o governo for demitir, os anistiados, que estão marcados, vão ser os primeiros", disse.
O medo de demissão atinge toda a FNS, onde 88% dos funcionários, segundo o Sindicato dos Previdenciários, poderão ser demitidos.
A guarda de endemias Maria Lúcia Pádua diz que, só no Rio, a FNS tem 6.000 funcionários como ela, que prestaram concurso para outro órgão e foram chamados em 91, por causa da epidemia de dengue.
Ela fez concurso para o SUS e, em 91, foi para a FNS com base no regime jurídico único do funcionalismo. "Não somos celetistas, não somos estatutários, somos 'nadistas', não somos nada", diz.

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