São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Bombeiro morre para salvar filhas

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O sargento do Corpo de Bombeiros que morreu para salvar as duas filhas tinha 20 anos de serviço, ganhava aproximadamente R$ 700,00 e fazia fretes em uma Kombi para completar o orçamento doméstico.
Nascido e criado no morro do Alemão, Carlos Alberto Quintino Motta reagiu quando os traficantes entraram em sua casa e tentaram usar suas duas filhas como escudo contra os tiros.
O sargento foi atingido com mais de 20 tiros. Ele foi retirado da favela de manhã, por um carro do quartel onde servia, no Méier (zona norte da cidade), e chegou ao Hospital Salgado Filho ainda com vida.
O sargento conhecia muita gente no bairro. Vizinhos e colegas de trabalho disseram que ele era alegre e gostava de futebol, de cerveja e da profissão.
Promoções
A profissão de Motta era uma tradição em sua família. Três dos irmãos do sargento são bombeiros.
Carlos Alberto Quintino Motta tem em sua folha de serviço no quartel duas promoções que ele recebeu por mérito e bom comportamento.
"Ele já tinha se queixado da violência no bairro, às vezes falava em sair de lá, mas gostava dos amigos. É triste que tenha que morrer um bombeiro tão bom desse jeito tão violento", afirmou Jorge Guerra, que era colega de Motta no quartel.
(FE)

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