São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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O EURO E O BRASIL

Pode-se supor que a maioria dos brasileiros, mesmo no âmbito empresarial, imagine que o euro, a moeda comum que os 15 países da União Européia pretendem lançar a partir de 1999, é assunto apenas para apreciadores da numismática. Engano.
O euro terá repercussões econômico-financeiras que irão mesmo muito além de oferecer aos turistas brasileiros a conveniência de não precisar trocar de moeda durante viagens por mais de um país europeu, ao contrário do que hoje ocorre.
A União Européia já é, atualmente, o maior exportador do mundo. No ano passado, conforme o mais recente relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio), o conglomerado de 15 países exportou algo em torno de US$ 800 bilhões.
Para comparação, basta lembrar que o valor equivale a US$ 100 bilhões a mais do que toda a riqueza que o Brasil produziu em 96, ou seja, o seu PIB (Produto Interno Bruto).
A UE é o principal parceiro comercial do Brasil, destino da maior fatia relativa de nossas exportações.
É óbvio, a partir desses números, que a força ou a fraqueza da nova moeda e sua estabilidade -ou não- são de interesse direto do Brasil.
Por isso mesmo, é importante também para os brasileiros acompanhar as idas e vindas em torno do euro, que serão cruciais nos próximos 12 meses (em abril de 1998, prevê-se o anúncio formal de quais dos 15 países da UE cumprem os requisitos para participar da moeda única).
A estabilidade ou não do euro, assim como seu vigor ou fragilidade, interessam ao Brasil igualmente pela relação bilateral: há negociações em curso para criar, entre o Mercosul e a UE, uma zona de livre comércio a partir do ano de 2005, prazo muito curto em termos históricos.
Caso fosse concretizada, seria a maior área de livre comércio do mundo. E é óbvio que a moeda do parceiro torna-se elemento de importância fundamental.

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