São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Camdessus diz que Real está indo bem

Diretor do FMI cita balança como problema

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Michel Camdessus, disse ontem que "nem tudo está perfeito no Brasil", mas, para ele, o Plano Real continua apresentando resultados "muito positivos".
O governo brasileiro, na avaliação de Camdessus, está atacando as principais dificuldades e "só falta corrigir alguns problemas", dos quais só citou um: o déficit da balança comercial.
Os comentários foram feitos em entrevista coletiva às vésperas do início da reunião semestral conjunta do FMI e do Banco Mundial, após pergunta sobre possíveis focos de problemas da dimensão do México no futuro imediato. "Eu ficaria muito surpreso se mesmo um pequeno choque ocorresse no Brasil a médio prazo", disse.
O FMI identifica progresso em todas as regiões do mundo e inflação sob controle ou em diminuição também em todas as áreas.
Para Camdessus, são sinais de que o processo de globalização da economia é um sucesso.
Mas, apesar desse êxito, ele acha necessário que sejam criados "instrumentos e meios" para impedir a marginalização dos países que não têm conseguido se inserir na globalização e para lidar com fenômenos que ocorrem junto com ela, como grandes transformações tecnológicas e algumas políticas fiscais equivocadas.
Camdessus também disse achar necessário que os países da América Latina cresçam mais do que têm crescido, recolham melhor os seus impostos e invistam melhor os seus recursos (principalmente em educação) para que a pobreza no subcontinente possa ser reduzida "de maneira decisiva", o que ele admite ainda não ter ocorrido, apesar do sucesso das reformas.

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