São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997 |
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BC não descarta medidas 'impopulares'
PAULO HENRIQUE BRAGA
Segundo ele, a equipe econômica está "sempre monitorando a conjuntura". Ou seja, no momento está acompanhando o consumo interno, principalmente o aumento das vendas no setor de automóveis e eletrodomésticos. Também preocupa o governo o volume de crédito para pessoas físicas. Em março, conforme documento do BC, o crédito para pessoas físicas chegou a R$ 20,3 bilhões. A concessão de cheque especial teve um aumento de 3% em fevereiro. "Temos um compromisso de autoridade econômica e ela será usada, se necessário, para garantir a estabilidade econômica", disse Lopes, depois da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional). Segundo ele, apesar da expectativa do mercado, nenhuma medida de contenção ao crédito foi discutida durante a reunião do CMN. "Se houver necessidade, quando houver, as medidas serão anunciadas", disse ele. A quantidade de papel-moeda em poder do público mais depósitos à vista (dinheiro em contas correntes, principalmente) crescerá de R$ 36,9 bilhões no primeiro trimestre para R$ 38,1 bilhões no segundo trimestre deste ano, conforme projeções do BC. A previsão consta da programação monetária do trimestre, aprovada ontem pelo CMN. Em tese, o aumento esperado desse volume de dinheiro indica que não se espera uma retração na economia. Um aumento de juros, por exemplo, induziria as pessoas e empresas a poupar mais, tirando o dinheiro de depósitos à vista para aplicações financeiras. Títulos O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, fez anteontem uma apresentação em Londres para promover o lançamento de US$ 500 milhões em títulos do Brasil. Franco falou sobre a situação da economia brasileira para cerca de 90 administradores de fundos de investimentos, potenciais compradores dos papéis. A exposição aconteceu na sede do ING Barings, um dos três bancos responsáveis pela comercialização dos títulos. Os títulos à venda serão emitidos em moeda francesa, holandesa e austríaca. É a primeira vez que o Brasil lança papéis que não têm como valor de referência moedas mais comuns no mercado, como iene, dólar e libra esterlina. Colaborou Paulo Henrique Braga, de Londres Texto Anterior: Camdessus diz que Real está indo bem Próximo Texto: Bancos podem aplicar menos em habitação Índice |
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