São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

George Lucas produz e dirige nova trilogia

ANNETTE LEVY-WILLARD
DO "LIBÉRATION"

Vestindo jeans e camisa xadrez de cowboy, George Lucas está trabalhando em outra saga "Guerra nas Estrelas": três filmes que vão preceder a trilogia atual, voltando no tempo, rodados em Londres.
Todos os efeitos serão criados no rancho Skywalker, na Califórnia, pela Industrial Light and Magic (ILM), empresa de Lucas especializada em efeitos especiais. Hoje principalmente produtor, Lucas retoma a câmera para dirigir o primeiro episódio da nova saga.
*
Pergunta - Os efeitos especiais são mais importantes do que os humanos, em seus filmes?
George Lucas - O que se faz é contar uma história. Os efeitos especiais são um meio de contar essa história, nada mais.
No gênero de filmes que faço, os personagens não entram simplesmente num carro, por exemplo: eles entram numa nave espacial e decolam. É aí que entram os efeitos. Estou financiando esta nova trilogia com a receita de "Guerra nas Estrelas". Nós, cineastas independentes de San Francisco, que não fazemos parte do sistema hollywoodiano, podemos usar o dinheiro gerado por um filme para produzir o seguinte. A Disney pode se dar ao luxo de perder muito dinheiro porque ganha mil vezes mais do que eu.
Pergunta - O cinema vai mudar muito nos próximos anos?
Lucas - Sim, com tecnologia. E o trabalho do criador de cinema é também compreender como funciona a tecnologia. É como se Michelangelo tivesse inventado uma nova cor que dura mais tempo e que, ao secar, mantivesse a coloração que ele imaginara.
Por exemplo, na nova trilogia de "Guerra nas Estrelas" que estou trabalhando, diferentemente da antiga, você verá, em lugar de pessoas usando máscaras de borracha, personagens desenhados e animados por computador. Meus personagens não humanos vão poder fazer mais coisas do que os humanos. É mais engraçado e menos limitativo.
Pergunta - É verdade que você, o homem dos efeitos especiais e dos videogames, não usa computador?
Lucas - Não preciso disso. Vivo cercado por gênios da informática. Escrevo os roteiros do mesmo modo como sempre escrevi: com lápis e o mesmo bloco de papel amarelo.

Tradução de Clara Allain

Texto Anterior: Cineasta mostra um IRA romântico e explosivo
Próximo Texto: "Jedi" é império do continuísmo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.